No Enem 2015, a abordagem proposta referia-se à discussão sobre a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. A partir dessas palavras-chave destacadas, o participante precisaria considerar as várias dimensões do problema contidas nos textos motivadores, por meio, sobretudo, de dados sobre a violência contra a mulher, a fim de decidir sobre o seu direcionamento. Nesse contexto, esperava-se que as redações abordassem o cenário em que se localiza o problema (a sociedade brasileira) e não o tratassem como assunto novo, mas considerassem as políticas, ações e leis já em curso relacionadas a esse problema, como sugeriram os textos motivadores postos na proposta. O Texto I apresentou um trecho do relatório Mapa da Violência 2012, o qual sintetizou o número de homicídios de mulheres no Brasil entre os anos de 1980 e 2010. O Texto II trouxe subsídios para ampliar a reflexão sobre a violência contra a mulher ao apresentar um gráfico com um balanço sobre os tipos de violência relatados pelas mulheres na Central de Atendimento à Mulher ao longo do ano de 2014. O Texto III foi um cartaz que abordava a questão do feminicídio (Lei n 13.104, de 09/03/2015), por meio de um pedido de combate à violência contra a mulher. O Texto IV foi um infográfico com informações em números referentes ao impacto da Lei Maria da Penha.
A partir desse rol de informações, esperava-se que, no Enem 2015, os textos produzidos se direcionassem para um determinado contexto, como o contexto legal: discutir os pontos de fragilidade e/ou aspectos positivos existentes na execução da legislação atual os segredos da redação perfeita do Enem (feminicídio, Lei Maria da Penha) acerca da violência contra a mulher; ou o contexto de proteção às mulheres por meio de políticas públicas: enfatizar a necessidade de proteção às mulheres como uma realidade brasileira urgente e inegável, problematizando a discussão de políticas públicas e sua efetividade; ou o contexto de ação da sociedade civil e/ou entidades não governamentais: discutir políticas pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, sob um viés mais sociológico, problematizando a herança da cultura patriarcal na sociedade brasileira e as lutas feministas; o contexto de mudança cultural: transformar valores culturais com relação à equidade de gênero; o contexto da ação individual: demonstrar que qualquer mudança de atitude e de comportamento tem origem no indivíduo como membro de uma coletividade.